sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Bibliotecas escolares são fábricas de sonhos

As bibliotecas escolares não são repositórios de livros, verificamos isso, mal assomamos à porta e sentimos os cheiros, os sons, a vida, enfim, que por ali faz morada. Por isso não é imperativo o silêncio, embora o possamos encontrar naqueles cuja leitura levou para mais longe, apesar do burburinho dos que partilham leituras e saberes, do teclado dos computadores, da música que se escapa dos headfones.
E é também ali que se cativam leitores, quando os visitantes de ocasião se deixam surpreender e içam velas no barco da ilusão.
Na minha escola há uma actividade que até a mim surpreende e encanta!
Imaginem uma mesa, cuidadosamente preparada, para uma refeição de festa: Ceia de Natal, Amour à la carte, Banquete Real... Toalha impecavelmente estendida, guardanapos de pano e cor sugestiva, serviço de loiça e copos festivos. Para completar a beleza do momento, uma jarra de flores e velas em suportes adequados ao momento.
Os alunos, passado o momento do espanto inicial, são convidados a sentar e a apreciar as ementas que a professora bibliotecária lhes fornece: “Hoje estou aqui para vos servir, apreciem as nossas ementas”…“Os nossos pratos são deliciosos”…“As entradas são divinais!”… “Aceitam uma sugestão?”…
E os convivas entram, rapidamente, no jogo: “Traga-me, por favor”… “Posso prescindir da entrada e começar pelo prato principal?”… “Que bebida me aconselha?”… “Que sugere para sobremesa?”… “Obrigada, estava uma delícia”... E porque há leituras que sabem a pouco, “Por favor, tem takeaway?”.


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