As
bibliotecas escolares não são repositórios de livros, verificamos isso, mal
assomamos à porta e sentimos os cheiros, os sons, a vida, enfim, que por ali faz
morada. Por isso não é imperativo o silêncio, embora o possamos encontrar
naqueles cuja leitura levou para mais longe, apesar do burburinho dos que
partilham leituras e saberes, do teclado dos computadores, da música que se
escapa dos headfones.
E é
também ali que se cativam leitores, quando os visitantes de ocasião se deixam
surpreender e içam velas no barco da ilusão.
Na
minha escola há uma actividade que até a mim surpreende e encanta!
Imaginem
uma mesa, cuidadosamente preparada, para uma refeição de festa: Ceia de Natal, Amour
à la carte, Banquete Real... Toalha impecavelmente estendida, guardanapos
de pano e cor sugestiva, serviço de loiça e copos festivos. Para completar a
beleza do momento, uma jarra de flores e velas em suportes adequados ao
momento.
Os
alunos, passado o momento do espanto inicial, são convidados a sentar e a
apreciar as ementas que a professora bibliotecária lhes fornece: “Hoje estou
aqui para vos servir, apreciem as nossas ementas”…“Os nossos pratos são
deliciosos”…“As entradas são divinais!”… “Aceitam uma sugestão?”…
E
os convivas entram, rapidamente, no jogo: “Traga-me, por favor”… “Posso
prescindir da entrada e começar pelo prato principal?”… “Que bebida me
aconselha?”… “Que sugere para sobremesa?”… “Obrigada, estava uma delícia”... E
porque há leituras que sabem a pouco, “Por favor, tem takeaway?”.

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