Quando se fala de prémios de mérito há os que aplaudem, os
que se insurgem e os que concordam por um lado e discordam pelos outros todos. Eu
sou dos que aplaudem, curiosamente, contrariando as razões, muitas vezes,
invocadas por quem não os aceita, ou seja, a ideia de que só um grupo de
favorecidos pode ser premiado, ou que este reconhecimento de uns pode
contribuir para a humilhação ou angustia dos outros.
Quem, como eu, alguma vez esteve nos bastidores da organização
de uma destas cerimónias, não pode deixar de ver o muito que ela representa para cada
um dos envolvidos. E desengane-se quem pensa que o mérito é exclusivo dos bons
alunos. Numa escola inclusiva, como, felizmente, a minha, todos, mas mesmos
todos, podem ter lugar no pódio, ou no palco, seja a receber medalhas, seja para
atuar para uma plateia sempre ávida de ver o que de melhor as nossas crianças e
jovens são capazes. E são muito, muito capazes, ainda que sejam especiais e
façam parte de um grupo de dança inclusiva, ainda que que não sejam os resultados
a fazer parte da equação, mas sim uma atitude valorosa que mereça ser evidenciada,
reconhecida, aplaudida.
A minha escola, ou a escola que me tem, felizmente, é plural,
por isso, nem todos são excelentes alunos, mas todos podem ser excelentes
pessoas, e uns dançam, outros cantam, outros declamam, outros gostam de ler, ou
desenhar… há os divertidos, os brincalhões, os que não gostam de estudar… é,
felizmente, repito, uma escola onde cada um é aceite e aprende a aceitar, é
valorizado e aprende a valorizar.
Nem todos podem ser bailarinos, cantores, músicos, atores,
mas todos podem ser público… e isso também se educa. Festejar o êxito de um
colega é um ato de humildade que todos devem aprender, tal como é importante
perceber que aceder ao Quadro de Honra está ao alcance de todos, mas que esse
percurso não está isento de esforço. A escola é aprendizagem… a vida também.

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