A
manhã flutua sobre o vale, num jogo primordial com o sol, que se estende,
preguiçosamente, por detrás das altas árvores que rodeiam o jardim onde faço o
meu passeio matinal.
A
relva está fria e de um verde esbranquiçado, solta um leve ruído quando a piso,
o som de algo que se quebra ao meu passar.
Atrás
de mim, a mãe, de coleira na mão, sem me prender. Na outra mão o saco pequeno
transparente, onde recolhe cada desperdício do meu alívio. Percebo! Também
apanha as bolinhas que eu deixo espalhadas pelo chão, em casa. Só não entendo por
que razão, logo a seguir, coloca o saco no lixo!
Quero
correr… e corro, ela acompanha-me. Depois, sugere, gentilmente “Vamos Kiko?”. Mas
eu não quero, não quero e finjo que não ouço e volto para trás. Ela finge-se
zangada, ameaça-me com a trela. Não quero a trela, gosto da liberdade de
passear ao lado dela, sem amarras. E então sigo-a, rendido ante a promessa de
uma casa quentinha e um jogo de “apanha a bolinha”.
Mais
logo, com sorte, um passeio maior!

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