Na década de 1980, do século xx, o diaporama era um recurso audiovisual inovador e poderosíssimo. Para quem nasceu como professor na era do PowerPoint, o diaporama era a projeção de uma série de fotos, em película transparente (slides), através de um projetor de slides. Geralmente, a projeção era acompanhada de elementos sonoros (músicas, falas e ruídos), facultados por um gravador e respetivas cassetes de gravação. Depois, era só acreditar na sincronia, e o milagre acontecia.
Um
dos poucos diaporamas que realizei foi criado em parceria com uma amiga.
Tratava-se de uma peça de incentivo à leitura, cuja realização nos deu tanto
trabalho quanta satisfação.
O
plano/guião consistia numa série de registos fotográficos, em slide, de pessoas
lendo. A ideia era que as imagens
ilustrassem um texto, da nossa autoria, com algumas pretensões poéticas, sobre
a descoberta do prazer da leitura, esse momento único em que somos tocados pela
beleza de um texto. Como, à época, o problema da proteção de dados ainda não se
colocava, bastou-nos circular por alguns cafés e jardins da cidade de Braga,
durante algumas tardes de uma primavera ensolarada, para conseguirmos algumas
imagens interessantes, que serviram, justamente, o propósito.
Passados
tantos anos, e a propósito do desafio lançado na página Os cães da minha rua,
que propõe o envio de uma fotografia que retrate um dos cenários de leitura do
livro homónimo, eis-me, de novo, a
apreciar representações de leituras alheias. E sejam elas captações
instantâneas, ou poses estudadas, são absolutamente maravilhosas, todas elas!
Existe,
de facto, algo de íntimo e romântico na imagem de alguém que lê, como se o ato
de ler fosse um exercício de sedução, entre o livro e o leitor!
Quanto
ao LIVRO, continua a ser um recurso pedagógico
poderosíssimo!

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