Os dias estão a crescer! Foi o Remela que me ensinou a
apreciar o tamanho dos dias, o modo como eles vão ficando maiores, à medida que
o frio vai perdendo terreno e o calor invade, pouco a pouco, o nosso bairro.
Eu estou à espera, aguardo ansiosamente que o sol venha
estender-se no meu jardim, para eu me estirar com ele, até não o aguentar mais
no meu pelo.
Quando ele me queimar, eu sei que vai, talvez, aborrecer-me,
e quem sabe eu até tenha saudades destes dias em que a frescura me atinge as
narinas logo pela manhã e o vento compete comigo nas correrias pelo parque,
quando tenta arrancar as últimas folhas que, teimosamente, persistem nas
árvores.
Nenhuma destas sensações me apanhou desprevenido, senti-as
pela primeira vez com a impressão de que me revisitavam, já as sabia de cor,
pelas minuciosas descrições do Remela.
Mas, há uma experiência para a qual o meu amigo não me
preparou e que só descobri por estes dias! A neve… a neve tão branca, tão fria,
tão bela… tão… leve! Não sei se ele a conheceu algum dia, creio que não,
ninguém poderá alguma vez conhecê-la e não falar dela... É espantosamente linda!
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