Li algures que “este romance é o grande retorno de Allende aos
grandes romances de amor”. Não sei se é um grande romance de amor, mas é, com
toda a certeza, o romance de um grande amor. Um amor que sobreviveu à
distância, às crenças e às convenções.
O Amante Japonês é a história de uma octogenária, Alma, que recorda a sua vida, desde o momento em que é enviada da Polónia para os Estados Unidos, em 1939, com apenas oito anos. A decisão desesperada dos seus pais haveria de salvar-lhe a vida e S. Francisco é a cidade onde passa a viver, com os seus tios.
O Amante Japonês é a história de uma octogenária, Alma, que recorda a sua vida, desde o momento em que é enviada da Polónia para os Estados Unidos, em 1939, com apenas oito anos. A decisão desesperada dos seus pais haveria de salvar-lhe a vida e S. Francisco é a cidade onde passa a viver, com os seus tios.
A narrativa não é linear, aliás será através de Irina
Balize, uma personagem intrigante por quem o neto de Alma se viria a apaixonar,
que iremos descobrir as magníficas vivências desta mulher, quando, já em 2010, habita,
por opção, numa residência geriátrica. Para
além de Alma, Irina, Ichimei Fukuda, o seu eterno amor, um leque de personagens
singulares e inspiradoras engrandecem a história, cobrindo-a de beleza e humanidade.
Um dos aspetos interessantes no livro é o facto de nele
constar um facto histórico muito pouco abordado na literatura, a impressionante
descrição dos acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos da América, após o
ataque surpresa de Pear Harbor. Nos
meses seguintes, o receio de um novo ataque, fez com que 20000 homens mulheres
e crianças japonesas tivessem sido evacuados “por razões de segurança militar”
para campos de concentração em zonas isoladas do interior do país. A descrição
desses momentos foi uma descoberta para mim e é sempre bom aprender alguma
coisa com os livros!
Em suma, esta história de amor, tão cheia de lugares comuns
como o amor inter-racial, a paixão proibida entre a menina de família e o filho
do empregado, poderia ser uma história igual a tantas histórias, mas não é, nem
poderia ser, pois a voz doce e sedutora de Allende torna a sua leitura um ato
de prazer.
Soni Esteves, outubro de 2017

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