Desde cedo, tenho para mim que o conceito de família não é tão
linear como parece, há a família do lado materno, a família do lado paterno e a
do lado dos afetos. A Aninha vem dessa
costela. Antes de alguma vez a ter visto, já a conhecia no ventre da mãe dela,
minha amiga de sempre e para sempre.
Via-a crescer e conquistar o seu lugar no mundo, por vezes à força
de birras que nos exasperavam, mas depois... tinha um sorriso que abria janelas
para o sol.
Cresceu, e o que lhe pode faltar em tamanho, sobra-lhe em doçura e
generosidade. Gosta-se dela, naturalmente!
Ver a Aninha transformar-se nesta mulher linda, é para mim um sentimento
agridoce, já que o tempo, como o vento, nem sempre é benévolo à passagem.
Hoje, porém, o dia foi generoso e relembrou-me que o tempo não
passa só porque sim... a sua passagem tem um propósito maior, que vai muito
para além da nossa imagem refletida num espelho. Hoje, a vida deu-me um
presente... há mais um botão no ramo dos afetos da minha arvore genealógica, a
Aninha é a responsável.
Gostava que fosse
parecida(o) contigo, Aninha, para eu poder para ver o sol a entrar pela
janela do seu sorriso.

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