quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Voltar às raízes em tempo de presépios

Ontem voltei a Sobreposta, a terra dos meus avós paternos, onde vivi até aos oito anos. Nessa altura, os habitantes dos lugares de cada freguesia eram uma espécie de família alargada. Ainda são, a julgar pelos presépios que se podem observar em cada um deles, e que foram fruto de construção coletiva. Diferentes na forma, no tamanho, na técnica ou materiais, são, contudo, iguais no propósito que está por trás da construção de cada um: o fortalecimento da união, de que o presépio é, afinal, símbolo máximo.

E, surpresa das surpresas, num daqueles lugares ardia uma fogueira (desde manhã, disseram), que iluminava o presépio e, perto dele, como se fossem figuras daquela representação icónica, estavam os seus fazedores, em volta de uma mesa, para a qual fomos convidados. E assim, simplesmente, repartiram connosco o pão o vinho e o bolo-rei e pusemos em dia velhas lembranças, porque há sempre alguém que recordamos e há sempre alguém que lembra quem somos e de onde viemos.

Senhora Presidente da Freguesia de Sobreposta, a sua ideia colhe frutos, oxalá daqui a muitos anos esta seja mais uma tradição enraizada e se continue a repartir o pão, o vinho, os braços e os abraços.

Os lugares de Sobreposta estão mais bonitos. Parabéns!


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