Os
clubes de teatro escolar são ambientes de revelação. Não falo de revelação de talentos,
embora também o pudesse fazer, falo, sim, da revelação de cada um dos que assumem
um papel, e fazem dele a sua circunstância. “Eu sou eu e a minha circunstância”.
Dar
a um aluno a possibilidade de se colocar no lugar de outro, é abrir o seu
horizonte, é levá-lo a questionar-se. Esse exercício não é para todos, por isso
há papeis que resultam mais do que outros.
Há
alunas que recusam, por exemplo, abraçar, ou dar a mão ao parceiro de
representação, por não conseguirem o distanciamento face à personagem que
representam. Às vezes é necessário fazer batota com os papeis, como trocar um
simpático burro por um cão, por ninguém querer colar a si o papel do orelhudo.
E
são muitas as histórias que ficam para contar depois de levada a cena uma peça
trabalhada, semana após semana, durante grande parte de um ano letivo. E já lá
vão uns anitos e umas peças…
Todos
os anos penso que será o último, todos os anos sofro! Sofro porque os “atores”
faltam aos ensaios, sofro porque não decoram o papel, sofro porque não encarnam
a personagem, sofro, sofro, sofro. Mas também sinto um gozo danado quando um
papel cai em alguém como uma luva, quando, finalmente, vemos crescer uma
personagem até se agigantar, quando a peça começa a ganhar forma e torna
possível centrarmo-nos nos pormenores…
Felizmente
não sofro sozinha, nem poderia. Eu e as minhas três parceiras de encenação lutamos
juntas para levar um grupo de alunos até ao caminho do aplauso. Podemos não
formar atores, mas ajudamos a cumprir a missão daquele que ainda é o Projeto
Educativo do Agrupamento de Escolas Mosteiro e Cávado: Queremos que os nossos alunos aprendam a não desistir do caminho do
sucesso, mas a enfrentá-lo, com concentração, empenho e perseverança… a serem autores
conscientes da sua própria história, comprometidos com o seu desenvolvimento
intelectual, valorizando o conhecimento, a aprendizagem ao longo da vida e
possam dizer que são felizes.

Estão todos de parabéns, pois apresentaram uma peça de teatro com os alunos que conseguiram levar até ao fim o papel para o qual tantos e tantas ajudaram a construir.
ResponderEliminarMas, sem dúvida nenhuma, é a ti Soni que o teatro da nossa escola deve a sua génese e o seu trabalho contínuo. É a ti que todos devemos estar agradecidos.
MUITOS PARABÉNS!
E não desistas, pois sem ti não seria a mesma coisa.
Obrigada Paula, primas sempre pela gentileza, mas sou honesta quando digo que não poderia fazer isto sozinha. Sem a calma da Luz, a experiência da Tina e a arte da Dina a peça não teria acontecido. E, claro, os artistas estiveram bem!
ResponderEliminarConcordo plenamente que este projeto, conjuntamente com outros têm permitido que alguns alunos revelem os seus talentos e percam o receio natural de enfrentar uma plateia de mais de 400 pessoas.
ResponderEliminarÉ de reconhecer o excelente trabalho realizado por esta equipa de 4 professores (encenadores e cenógrafos) que em curtos tempos disponíveis conseguem encontrar as soluções possíveis para levar ao palco uma peça com um texto, adaptado e revisto, para as idades dos atores e do público a que se destina.
Lamentavelmente, pela 1ª vez, e por motivos de saúde, não me foi possível estar presente, mas, pelas informações colhidas, tratou-se de mais um êxito que o nosso agrupamento concretizou e a comunidade escolar aplaudiu.