O diálogo das ondas entrou
no poema
Que morava na areia
cálida a desfiar rosários nos meus dedos
Depois o vento brincou na
minha pele
E levou com ele a poesia
Havia desenhos sobre as
dunas
E os cardos floridos
agitavam-se breves sob o céu branco
Que acinzentava o mar
Pressenti o poema a
florir
Na asa de uma gaivota que
pousava
Mas o meu cão correu no
seu encalço
E depois
Talvez cansado da minha quietude
Veio beijar-me o verso
interrompido.
Havia um pescador de
marés
A cintilar no olhar orvalhado
do meu cão
E um lanço de areia a
separa-nos
Como razão vazia das
distâncias
E depois havia o mar
E a certeza das praias
que beijava
E o dia haveria de descer
Sobre o homem que pescava
marés
Sobre o meu cão que lhe
velava a pescaria
E o sol haveria de cair
Até incendiar o mar
E de certo
Nada mais havia.
Soni Esteves,
julho 2017

Lindo!🌸✨💕
ResponderEliminarSe alguém escrevesse assim para mim, até eu arranjava uma cana e me plantava nos desenhos da espumada a pescar ... poemas!
Beijinho a ambos!
O mar e o pescador ... fonte de tanta inspiração...Lindo!
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