Trazia nos olhos, na voz e no sorriso, a força e o jeito de ser Minho. E havia nela a vontade dos velhos marinheiros, uma ânsia de soltar amarras, de ver a geografia toda que não cabe nos livros.
E foi, voou, literalmente. Mas no fim de cada viagem regressa a casa e aos amigos, que são também morada sua.
O Nuno chegou à sua vida como se fosse uma promessa há muito feita por um qualquer incerto destino. Trazia um calor de ternura no olhar, a África na pele e uns braços onde coube completa.
O deserto inteiro floriu naquele abraço, como quando acontece chuva farta, cálida e breve.
Agora não há deserto no Dubai. Não enquanto os dois couberem inteiros no mesmo abraço.
E quando o amor doer, dói sempre em algum momento, que o Nuno saiba levar até ela o calor das lareiras do Minho, a brisa fresca da primavera portuguesa, o sabor da fruta acabada de colher, o riso das madrugadas... Que ele seja seu cais e seu navio.
Felicidades Lídia. Felicidades Nuno.
Soni Esteves, agosto, 2017

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