terça-feira, 8 de agosto de 2017

Por alturas do casamento da Lídia.

     Era uma jovem menina quando a conheci.
     Trazia nos olhos, na voz e no sorriso, a força e o jeito de ser Minho. E havia nela a vontade dos velhos marinheiros, uma ânsia de soltar amarras, de ver a geografia toda que não cabe nos livros.
     E foi, voou, literalmente. Mas no fim de cada viagem regressa a casa e aos amigos, que são também morada sua.
     O Nuno chegou à sua vida como se fosse uma promessa há muito feita por um qualquer incerto destino. Trazia um calor de ternura no olhar, a África na pele e uns braços onde coube completa.
     O deserto inteiro floriu naquele abraço, como quando acontece chuva farta, cálida e breve.
     Agora não há deserto no Dubai. Não enquanto os dois couberem inteiros no mesmo abraço.
     E quando o amor doer,  dói sempre em algum momento,  que o Nuno saiba levar até ela o calor das lareiras do Minho, a brisa fresca da primavera portuguesa, o sabor da fruta acabada de colher, o riso das madrugadas... Que ele seja seu cais e seu navio.
     Felicidades Lídia. Felicidades Nuno.

Soni Esteves, agosto, 2017




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