Na paisagem despida do inverno europeu
Um comboio risca a paisagem
Em desaceleração.
É longo o caminho,
Mas há que reduzir velocidade.
São doze carruagens a traçar o dia,
A buscar a meta,
A cumprir o ciclo.
Lá dentro preparam-se as passas,
São doze também
Como os desejos de quem os têm.
Assomam à janela os passageiros
Espreitam sonhos e anseios.
Soam doze badaladas
E ninguém desce no cais, não é preciso,
A nova direção é retomada.
Há promessas por cumprir em cada um,
fantasias em doze frutos consumidos
E neblina desfeita em ilusões.
Estoura o champanhe, a festejar
E as doze carruagens voltam a rodar
Com estrondo, primeiro
Depois suavemente.
E a viagem continua, intermitentemente,
No eterno de cada um.
Soni Esteves, dezembro 2017
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